quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

DESILUSÕES


Nós, seres humanos, somos fadados a sofrer desilusões.

O fato de vivermos em eterno conflito de interesses, onde egos mais fortes e opressivos tendem a se sobrepor a egos mais amenos e compreensivos, gera toda a sorte de decepções e problemas de relacionamento.

Reside na verdadeira força racional e de intelecto de uma pessoa saber aproveitar os momentos de derrota, quando ela é coagida ou oprimida pelas forças de seus algozes, para que aprenda severas lições, e saia do episódio fortalecida e imunizada contra futuros ataques, sabendo reconhecer de imediato e com maior facilidade o perigo em outrem.

Intrigas, fofocas, mentiras e perseguição: a maldade humana surte seus nefastos efeitos, todos os dias, nos grupos humanos mais diversos - sejam eles turmas de amigos, núcleos familiares, ou equipes de trabalho.

É dever do ser humano, em constante busca no caminho da evolução, da luz e do conhecimento, receber os golpes do destino com humildade e reflexão. Por mais duros que sejam, é a análise acurada deles que permitirá ao aprendiz da "escola da vida" se esquivar de futuros revezes, e decidir quais as melhores táticas de sobrevivência diante de sociopatas e manipuladores. 

São pessoas que se aproveitam da fraqueza e sinceridade alheias para arrancar informações valiosas em momentos frágeis, de forma a usá-las futuramente em aviltante benefício próprio, sem se importar com as consequências de seus maus atos para os próximos.

Delas não devemos nos vingar - pois estarão sob uma sentença deveras maior e poderosa. Aquela vinda de Deus.

Vivemos, agora, o período de mais um final de ano que se aproxima.

Momento de relembrar o que planejamos, e conseguimos alcançar. E também, do que planejamos, e não conseguimos - e os motivos para que não tenha acontecido. 

Hora de novamente refletir, ponderar, e estabelecer conclusões sobre o que foi bom e o que não foi. O que foi feito, o que deixou de ser, e o que poderia ter sido feito melhor. Tempo de, mais um vez, pesar na balança diversas decisões tomadas.

O que foi decidido, assim está. Não é salutar voltar atrás.

Mas devemos ponderar pois, naquilo em que erramos, é sempre interessante reconhecer as falhas, e lutar para corrigir e acertar o passo - mas sempre seguindo em frente, e evitando cair em armadilhas similares.

Dessa forma, desilusões são importantes. Indispensáveis para aprendermos através da dor com os nossos erros, e seguirmos em frente para acertar na próxima chance.

Que em 2019, possamos ser mais cautos e sagazes, atentos aos perigos que nos cercam, e repletos de uma prudência abençoada por Deus, que sempre nos encaminhe para rumos de paz e felicidade em nossas vidas!!!

Amém.

domingo, 2 de dezembro de 2018

OS 5 'NÃOS' DA DIGNIDADE


Durante o velório de seu pai, um filho se lembrava da quantidade de vezes que ele o proibira de fazer coisas durante a sua infância.

Então, ele se recordou de um certo dia em que, já mais adulto, com seus trinta e poucos anos, ele se reconciliara com o pai, após terem passado um bom tempo sem se falar por conta de típicos desentendimentos familiares.

Durante a conversa - da qual ele se lembraria para o resto de sua vida - o jovem indagou  a seu pai:

- Por que, tantas vezes em minha vida, o senhor me disse 'não'? Essa foi a palavra que, talvez, eu tenha mais ouvido do senhor.

O pai ajeitou os seus óculos com uma leve puxadinha no aro, deu um longo suspiro, e respondeu:

- Porque o 'não' é uma palavrinha mágica. Através do 'não', aprendemos algumas das lições mais importantes para ter dignidade em nossas vidas...

1 - NÃO CULPE OS OUTROS
...
Ficamos muito presos a ambientes e obrigações de trabalho e de família, e nos esquecemos de nós mesmos, rompendo uma barreira mental de tranquilidade que é natural ao fazermos aquilo de que realmente gostamos, sem depender dos outros. 

2 - NÃO FAÇA COMPROMISSOS QUE VOCÊ NÃO PODE CUMPRIR


3 - NÃO FAÇA A NINGUÉM O QUE NÃO GOSTARIA QUE FIZESSEM A VOCÊ


4 - NÃO ABRA A BOCA PARA FALAR NADA QUE NÃO SEJA MAIS BELO QUE O SILÊNCIO
*** ...Infelizmente, todos nós sempre perdemos ótimas chances de ficarmos calados, todos os dias. Falar mal de outrem, escarniar, ridicularizar, ou simplesmente ficar falando para forçar o tempo a passar... Quanto desperdício de vida e de uma coisa tão bela que é o silêncio! O tempo que muitas pessoas gastam falando coisas sórdidas ou estúpidas deveria ser substituído pela audição de uma boa música, ou o prazer de uma tocante leitura. Aprendamos a conter mais os nossos rompantes verbais - as ofensas, os insultos, as maledicências. O bem e o futuro da humanidade agradecem.

5 - NÃO, NUNCA, JAMAIS, EM HIPÓTESE ALGUMA... NEGUE UM SORRISO SINCERO A ALGUÉM



quinta-feira, 29 de novembro de 2018

ASAS DE PÁSSARO MÃE


(D. Alves - 28/11/2018)

Hoje me arrasto até a tua porta
Sombra do que fui sob tuas asas de carinho
O cansaço imprimiu cicatrizes do tempo em meu rosto
Deixei pedaços de mim caídos pelo caminho

Mãe, eu matei promessas que eu fiz a mim mesmo
Eu fui o criminoso mais vil e cruel da minha própria alma
E agora eu retorno pedindo apenas um pouco de aconchego
Peço encarecidamente os teus olhares de perdão e calma
(Ainda que sejam olhares mesclados com dor
Por ver filho em sofrimento de clamor)

Mãe, eu cruzei as esquinas da perdição
Devasso e ingênuo, me perdi na gula da paixão
Dei valor ao que não valia, e ao que valia disse não
Dancei incauto mediante juras de maldição

Mas mãe, sei que diante do teu amor
Nos sentimos mais perto da misericórdia divina
Estou carregando os pesados grilhões da existência
Prisioneiro de uma ilusão que carrego em segredo de pura essência

Nas sombras do meu espírito aprendi a ocultar sentimentos
Com Deus e contigo, aprendi a perdoar e a amar
Com as pessoas lá fora, aprendi a servir e a apanhar
E agora, me recolho em ti para voltar a ser criança e sonhar

Mãe, você me ensinou que somos seres em aperfeiçoamento
Procurando pagar dívidas de compromissos passados
Por favor, volta a me ensinar como desembarcamos desse trem veloz
Sem descer correndo e tropeçando em tantos caminhos errados

Eu caí em tantas armadilhas
Aprendi a me levantar, soprar a poeira das feridas, e sair andando
Mas não consegui aprender a voltar a ser quem eu era antes
E assim esperanças bonitas foram para trás ficando...

Mãe, me leve novamente para aqueles montes verdejantes onde nasci
Me dê de beber daquela fonte dos dias de nossas jovens alegrias
Me levanta, me revigora e me torna livre de toda doença
Banhado serei forte e belo nas águas de minha Valença

Muitos caminhos estranhos eu percorri
Peregrino ambicioso de destinos errantes
Certos exageros me fizeram magoar e ser magoado
Mas hoje me sinto mais sábio do que antes

Mãe, nessa dura escola da vida
Muitas vezes, não temos chance de fazer recuperação
Então peço retorno sob maternas asas de proteção
Para trazer um pouco de alento ao meu coração

Mãe, ao ser judiado por todos sinto que estou os guiando
Pois pelo meu sofrimento quem é bom se compadece
E se liberta pelo doce amor da compaixão
Mãe, é essa do Cristo a mais bela lição?

Mãe...
Sob tuas asas de frondosa devoção
Preciso dormir
Dormir só um pouquinho
Deixa eu me esquecer desse mundo tão estranho lá fora
Querida mãe.

sábado, 17 de novembro de 2018

A GRANDE LAVAGEM CEREBRAL


Filho, você vê aquelas nuvens escuras no céu?
Você sentiu o cataclisma da grande rajada de um raio devastador?
Você sabia que nós estávamos cobertos pela grande cegueira de sangue?
Guiados por porcos em um chiqueiro de terror?

Filho, você sente agora um ar mais puro de esperanças e felicidade?
Com as flores que começam a recender suas fragrâncias novamente?
Podes ver as pradarias mais vastas e verdejantes com pássaros a pousar?
Sem o medo de serem tragados pelos ceifadores de mentes?

Filho, eu idealizei um mundo melhor para nós
Mas eu fui enganado, espancado e acorrentado nos porões da lama ludibriosa
Agora me liberto para acreditar que há vida fora da ilusão
Acredito em nós, não neles, e na transmutação...

Filho, você se lembra de mim levantando bandeiras de mentiras?
Eles me sufocaram nelas até que quase desfalecesse num reles enforcamento
Pois eu as rasguei e peço ao Pai que as enbolem nas gargantas deles
Igual ao de muitos que também acreditaram sei que é o meu lamento

Filho, chegou ao fim a grande lavagem cerebral
Estamos livres para pensar, para acreditar e voltar a amar
Esta é uma terra bela e frondosa, mundo de oportunidades
Basta acreditarmos em nós mesmos e trabalhar.

(D. Alves - 17.11.2018)

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A PEDRA FILOSOFAL E A UNIÃO SEXUAL


Em épocas imemoriais, ainda na infância da humanidade, já se falava na importância dos elementos da natureza em relação ao homem, como forma de conjunção de saberes milenares que seriam amplamente transmitidos, inicialmente, através da tradição oral.

Ainda no Egito antigo, os ensinamentos de uma figura mítica, e da qual pouquíssimo se sabe até hoje - mas de profundos e extensos conhecimentos acerca de praticamente todas as coisas - despertariam a atenção de seguidores e estudiosos por numerosos séculos adiante, atravessando a Era Cristã e chegando à Idade Medieval, onde disseminou-se o saber de princípios ocultos e telúricos na forma de um ramo do conhecimento que passaria a ser chamado de Alquimia - para muitos, a fundamentação de postulados precursores das ciências químicas.

Porém, representa bem mais do que isso.
Escola alquímica retratada em um painel do séc. XIII

Muitos não imaginam, mas no adentrar dos domínios da Alquimia, há uma sabedoria tão evoluída, e tão fina, que nos faz crer que praticamente tudo que o homem tem pensado se tratar de evolução dos seus conhecimentos, em várias áreas contemporâneas (biologia, psicologia, filosofia, astronomia, a própria química), nada mais são do que assopros e meras tentativas equívocas que não conseguem alcançar uma consciência muito maior, e deveras superior, dos mistérios do Criador e desígnios dos seres, e que remonta a longínquas épocas!

Prezados e prezadas, estamos tão somente falando de alguém chamado Hermes Trismegisto, que naqueles tempos remotos, embasou os vastos fundamentos de tudo que é Verdade, e de tudo que segue como a mais perfeita Lei.

Tido como um iluminado, ou mesmo um semi-deus, pelos antigos egípcios, através de um postulado denominado Tábua de Esmeralda (Tabula Smaradigna), citada por povos de épocas imemoriais, em papiros e escritos diversos ao longo dos séculos por pesquisadores, Hermes firmou as bases do conhecimento que daria origem à Alquimia, as Leis Herméticas, que através de seus 7 princípios básicos, estabeleceria todos os parâmetros para a explicação dos processos de transmutação dos elementos, sendo que, pelo termo "hermético", conhecemos um significado de representação de tudo aquilo que é fechado, lacrado, trancado - não disponível para o mundo e as pessoas em geral.

Ou seja, a filosofia hermética é aquela que não pode ser ensinada a qualquer um. 

Não existe nas grandes cátedras ou universidades da vida, não há nela mestres ou doutores acadêmicos, pessoas que acumulam títulos, a disseminando publicamente em palestras e conferências por aí.

É hermética, pois segue um de seus princípios fundamentais, que é: "os lábios da sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do entendimento". Eis uma das máximas do hermetismo.

Assim sendo, se detém na simplicidade de sua proposta. Aquele que quer o conhecimento, deverá buscá-lo. Não adianta ficar falando um monte de coisas para ouvidos que não estão interessados, ou que não tem o devido preparo e predisposição para buscar o significado, e entender.

É, por assim dizer, uma ciência oculta.

Seus mestres não esbanjam conhecimento aos sete ventos, evitando assim o perigo traiçoeiro da soberba e da vaidade, os apelos fáceis do se gabar por simplesmente memorizar e sair repetindo frases e textos de livros. 

Há que se buscar! Se aprofundar e decantar, decantar, e decantar os princípios e as Verdades de tudo - tal qual o legítimo alquimista, que através dos sucessivos cozimentos, aquecimentos e resfriamentos, apura as substâncias do magnum opus, a "Grande Obra", a Vida!

Seus iniciados e estudiosos se resguardam, aceitando humildemente as Verdades insculpidas nas Leis, e perseverando em uma jornada mística e silenciosa, observando o fluxo em que o Universo - parte do TODO - se movimenta incansavelmente, direcionando o destino da humanidade e atendendo aos princípios naturais.

Como é assunto prolífico e complexo, para mais de quilômetros e quilômetros de texto, centremos nosso foco aqui, tão somente, em algo já vulgarizado e debatido pela sociedade ignóbil e grande mídia em geral, que é a discussão em torno dos elementos estudados pela tradicional ciência alquímica - e dentre eles, graças às alegorias da literatura moderna, há um que ficou notoriamente ligado à imagem de um famoso personagem infanto-juvenil, o bruxinho dos livros de J. K. Rowling, Harry Potter.

Sabemos que, para a grande Alquimia, existem 4 elementos básicos e essenciais, que são forças de transformação da Natureza sobre todas as coisas e seres - inclusive, o homem - e o entendimento pleno de seus significados e ações é constituído da forma como tudo se transforma e se movimenta (Princípio do Movimento, presente nas Leis Herméticas). São os quatro elementos: arfogoterra e água.
Esta representação básica de um sistema alquímico busca exemplificar a conjunção dos 3 compostos essenciais (sal, mercúrio e enxofre) que, sob a ação dos 4 elementos conhecidos (terra, água, ar e fogo) se convertem em substâncias fixas ou voláteis, de acordo com o temperamento, de forma a gerar o sal e salitre celestiais e condutores da matéria

Estes são material palpável, qualquer um de nós, reles seres humanos, tem conhecimento e contato com tais elementos básicos da natureza e seus princípios e estados, em suas mais variadas formas. Pelas técnicas já desenvolvidas e difundidas pela ciência comum, podemos facilmente ter acesso a eles, e manipulá-los ao nosso bel prazer.

São mundanos, comuns, afinal.

Mas há além deles um quinto elemento, e este é aquele que era alvo da busca dos alquimistas, uma forma de energia às vezes visível, às vezes invisível, e tão poderosa, que a poucos agraciados sobre este plano terrestre foi concedido o dom de poder obtê-la ou manipulá-la.

Para os antigos egípcios, era conhecida como Azoth. Para uma parte dos gregos, persas, fenícios, e outros povos que tinham contato com os estudos, também passaria a ser chamada pelo nome Kundalini. E ainda passaria por outras denominações, ao longo dos tempos, representando a força e o poder de uma sabedoria oculta e maravilhosa, capaz de operar sobre todos os outros elementos, e todas as coisas e pessoas desse mundo ou do Universo.

Esse quinto elemento, convencionamos chamar de pedra filosofal (no latim, lapis philosoforum).

Só para se ter uma ideia de seu poder, citaremos um dos únicos seres sobre este mundo que o utilizou com inteligência suprema e sagacidade: Jesus Cristo. Possuía o dom da cura, da sabedoria, e da imortalidade.

A pedra filosofal é, pois, o poder sobre todas as coisas e pessoas. A força que move o Universo e está entre nós, dentro de nós, e através de nós, invisivelmente onipresente e ao alcance de todos, mas exigente de um preparo magnífico e extremo para que seja alcançada, visualizada, vivida. 

Seu possuidor deve ser de uma nobreza tal, para merecer tê-la.

A pedra filosofal é um elemento de particularidade tão distinta, que é tido pelos alquimistas como o de maior volatilidade, sublimação, condensação e solidificação de todas as substâncias da natureza, conseguindo transitar entre os estados da matéria com impressionante velocidade e graça - em verdade, não é matéria simplesmente dita, como estamos acostumados a dizer, mas matéria etérea, energia autêntica. Pode se materializar em uma espécie de sólido avermelhado, que num só instante pode sublimar e desaparecer aos olhos mortais, e que indica o quarto estágio do processo alquímico do conhecimento, quando alcançamos a iluminação plena: o rubedo!
Representação artística de como seria a pedra filosofal

E aqui cabe uma observação sobre as motivações que os alquimistas possuíam em seus estudos: o processo de transmutação do chumbo (e outros metais não nobres) em ouro, a busca pela juventude eterna, a criação de homúnculos, e a confecção e manipulação da pedra filosofal.

Na lendária busca filosófica do alquimista, apenas através da união misteriosa entre os dois opostos da Natureza, o masculino e o feminino, é que poderia haver o desenvolvimento da Grande Obra, para que o quinto elemento fosse alcançado. (Princípio do Gênero: "O gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino. O gênero se manifesta em todos os planos").

Se observamos bem, um dos grandes símbolos herméticos é o triângulo - visto que o número 3 é de grande simbolismo esotérico para o conhecimento hermetista, 3 são os componentes utilizados nos processos alquímicos, constituindo a unidade na trindade (mercúrio, enxofre e sal), e 3 são também as entidades perfeitas citadas nos tratados por Trismegisto (nome também derivado de "aquele que detém os 3 conhecimentos superiores"), e essas entidades são o Pai (Sol), a Mãe (Lua), e o Deus único e agregador, na forma do TODO - o Senhor, enfim, de todas as coisas do Universo.

Também no cerne das secretas analogias gnósticas, que vem sendo estudadas pelos grandes mestres há muitos séculos, está incrustada a ideia do homem e da mulher como portadores deste grande símbolo de energia que é o triângulo - sobretudo energia sexual

O homem e a mulher são seres perfeitamente feitos um para o outro, para produzir e conduzir a Grande Obra.

Se observarmos a seguir, a energia sexual se concentra nas regiões erógenas do corpo, os chakras básicos do ser humano, sendo representados pelo triângulo fálico no homem (formado pelo alinhamento do pênis ereto, em relação aos testículos polarizados), e o triângulo vaginal na mulher (formado num alinhamento dos ovários polarizados em relação à vagina receptora) - e exatamente devido a essa condescendência entre ambos os triângulos, é que eles se encontram numa justaposição atrativamente polarizada no fenômeno fundamental da penetração, concretizando a magia milenar da União Sexual Perfeita.



Ainda em consonância com os saberes gnósticos: observemos que, quando da união dos sexos, o triângulo erógeno polarizado do homem entrando no triângulo erógeno polarizado da mulher, se forma um dos símbolos básicos da prosperidade no conhecimento milenar, a famosa Estrela de Davi, a estrela de 5 pontas - símbolo alquímico sagrado, por natureza! 



Um dos maiores mestres de todos os tempos, Nicolau Flamel, que viveu na França entre os séculos XIII e XIV, e tido como um dos únicos a conseguir chegar à composição da pedra filosofal, estabeleceu os êxitos de sua longa empreitada através das vivências e amadurecimento de seu relacionamento com a esposa, Perenelle.

Em seus manuscritos, Flamel narra detalhadamente a presença e ajuda de Perenelle na experiência de produzir o elixir da juventude, utilizando o quinto elemento: "Todavia trabalhei uns três anos, até que finalmente encontrei o elixir, que imediatamente se reconhece por seu forte odor. Primeiro o projetei sobre uma libra e meia de mercúrio e obtive desse modo igual quantidade de prata; isso ocorreu em minha casa, estando presente unicamente minha esposa Perenelle; mais tarde, atendo-me escrupulosamente a cada palavra de meu livro, projetei a pedra vermelha sobre uma quantidade quase igual de mercúrio na mesma casa e de novo estava presente minha esposa Perenelle. Realizei a obra por três vezes com a ajuda de Perenelle, pois como havia-me ajudado no trabalho, o entendia exatamente como eu".

Conta-se que Flamel e Perenelle manipularam a pedra, e obtiveram com sucesso o Elixir da Longa Vida, desfrutando de uma descomunal saúde, juventude e condições físicas, que os levaram a ter conseguido viver por mais de mil anos, viajando e vivendo em segredo com sociedades alquímicas de todo o mundo.

A peregrinação do homem em busca de sua companheira ideal, a parceira perfeita, que irá ajudá-lo a compreender e absorver os conhecimentos dos 4 estágios alquímicos, constitui um dos mais envolventes e esplendorosos enigmas da jornada existencial rumo ao conhecimento.

Jornada essa que, todo grande mestre bem sabe, tem muito mais valores e significados em seu percurso, do que propriamente em sua chegada.


Trecho do Caminho de São Tiago de Compostela, no norte da Espanha: trilha percorrida por alquimistas e buscadores do saber, de todo o mundo, para a enlevação espiritual e o desapego das coisas deste mundo, em função do máximo conhecimento da VERDADE!

sábado, 29 de setembro de 2018

OLHE BEM ESSE ROSTO...

Esse rosto irá representar uma das supremas faces da loucura. E, em breve, estará em um cinema bem próximo de você.

Esse é Joaquim Phoenix, 43 anos. 

Um dos melhores atores da atual geração de Hollywood. 

E ele topou se tornar a próxima encarnação do Coringa - o eterno arqui-inimigo do super herói Batman - na nova adaptação desse personagem para o cinema.

O filme deve contar a origem do vilão e retratá-lo em alguma trama fantástica de violência e transgressão na sombria Gotham City.

Há que se ponderar aqui sobre algumas coisas que nos levam a questionar por que, agora, o cinemão comercial está entrando nessa onda: se cansaram de fazer filmes de heróis, e agora a tendência e fazer filmes solo dos vilõesVide a recente incursão do Venom, inimigo do Homem-Aranha, nas telonas.

O buraco é bem mais embaixo do que se pensa... E pra pular dentro dele, nem é preciso entrar na lisérgica toca do coelho branco - como a inocente Alice, na obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol. Não.

A toca já está em você. Ela está dentro de todos nós.

Esse cara é loucão. E ainda vai aprontar muito... (J. Phoenix, caracterizado como Coringa)


A estressante loucura do cotidiano

O que nos fascina nos vilões é sua pretensa desamarra de valores morais e éticos.

Estamos vivendo em um mundo cada vez mais repressor, opressor, e socialmente punitivo mediante as lentes ampliadoras do politicamente correto, que refratam ideias e comentários nas redes sociais dominantes.

Chega-se ao ponto de vigiar o que o outro fala ou exibe através de postagens.

Isso é doentio. Representa um dos traços da sociopatia moderna disseminada no clima de patrulhamento em que a raça humana se acostumou a viver, cada vez mais refém da falta de privacidade do ser.

Privacidade essa reduzida pelas nossas exageradas exposições à visualização virtual.

Portanto, ver em qualquer obra artística os insanos e dementes que refletem atitudes libertárias, relacionadas ao caos e à anarquia, reacende no imaginário coletivo a antiga chama da selvageria primitiva. Do rompimento com os grilhões do que é "certinho" e "aceitável".

E ninguém melhor que o Coringa para representar isso! - um autodenominado agente do caos, como ficou bem exposto naquela que talvez tenha sido a melhor obra a retratar o palhaço psicótico, Batman - O Cavaleiro das Trevas, filme de 2008 de Christopher Nolan, para mim, talvez o melhor filme de herói já feito até hoje. 

Ali, o papel coube ao já falecido Heath Ledger, que chegou a ganhar um Oscar póstumo de melhor ator pela sua brilhante atuação - difícil superar a sua visão altamente realista e assustadora da personalidade deformada do Coringa. Tarefa que cabe, agora, a Joaquim Phoenix: um ator que, aliás, tem todo o cacife para nos oferecer uma outra ótica emocional da loucura do vilão. Esperemos para conferir.

Mas tudo se resume, simplesmente, a isso. A nossa loucura de libertação individual se opondo à loucura da opressão coletiva e social.

Bandidão de cinema pode ser o que nós não somos, e acaba sendo uma válvula de escape da nossa realidade sufocante.

Como toda boa arte, aliás, costuma ser.

Em 2008, o palhaço louco foi representado pelo excelente Heath Ledger


Enquanto isso, nas séries da Netflix...


Terminando hoje de ver a mais recente temporada da série da Marvel, Iron Fist (Punho de Ferro), na Netflix.

Foram 10 episódios contando as novas peripécias do mestre das artes marciais Danny Rand, o "imortal e lendário Punho de Ferro do Templo de K'un Lun", e que conseguiram ser melhor construídas nessa última empreitada dele do que na primeira temporada, que foi criticada por muitos ao retratar o herói como um carinha bem mais imaturo e inseguro do que o clássico personagem dos quadrinhos.

Mesmo assim, a meu ver, a série ainda deixou um tanto a desejar.

Não posso dizer que não rolou uma certa decepção.

Olha só, o problema é que, ao passo que na telona do cinema, a Marvel consegue desenvolver muito bem as suas tramas e personagens, com abordagens concisas e roteiros bem amarrados, repletos de um tom épico e impactante, já nas séries que ela tem desenvolvido no canal de streaming, a coisa tem hora que fica se arrastando e acaba virando um novelão.

É isso aí - senti um clima de novelão.

Danny, seu oponente Davos, e mais um tanto de personagens secundários da trama ficam imersos numa divagação filosófica de kung-fu de boteco, que tem hora que é difícil de aturar.

Abre mais uma, garçom! Que esse episódio tá demorando pra chegar ao fim...

Aff...

Se eu quisesse assistir novela, ia pra Globo ou pra Record, caramba. Ninguém mais tem saco pra isso. 

Tem episódio que é muito papo e pouca ação. E de enrolação, a gente já anda cheio, né?

Mês que vem, a Netflix solta a terceira temporada de Daredevil (O Demolidor).

E vamos ver se, com a peleja do advogado ceguinho e lutador Matt Murdock, a coisa dá uma melhorada.

Iron Fist - o Punho de Ferro nos quadrinhos